Murcof em Mundos Cruzados!

Murcof em entrevista na Mondo Bizarre esclare a sua "visão electrónica da música classica" "Como o músico mexicano Fernando Corona (conhecido por Murcof) esclarece nesta entrevista, são vários os músicos e produtores a tentar juntar de uma forma simbiótica a música clássica com a energia dançante da electrónica, mas muito poucos os que realmente logram conseguir uma nova linguagem. Talvez por isso, quando “Martes”, o primeiro álbum de Murcof surgiu em 2002 a junção harmoniosa da vastidão espacial das batidas milimétricas com a emotividade dos samples de cordas quase cibernéticos levou a que muitos reconhecessem este disco como um dos mais originais desta década. No ano passado “Remembranza” logrou repetir este sortilégio, em grande parte porque Murcof domina completamente o seu próprio território. A sua marca é muito personalizada e difícil de repetir(...) Samples de composição moderna de pessoas como Arvo Pärt e Henryk Gorecki estão muito presentes no seu trabalho. É por causa de esse ser o tipo de música que mais ouve? Procura aí os “samples” ou simplesmente usa-os por “acidente”? Sim, eu costumo ouvir com muita frequência música clássica, desde os meus vinte e poucos anos que me atrai muito, especialmente os compositores modernos, de Stravinsky e Schoenberg a Pärt e Silvestrov. Para “Martes” tirei muitos samples desses trabalhos, brinquei com pequenas passagens e melodias simples, processando e sobrepondo sons até ouvir algo que me satisfizesse. Para “Remembranza” quase todos os arranjos são originais, apesar de não terem sido escritos antecipadamente. Fiz algumas sessões de piano, violoncelo e outros instrumentos e depois apanhei o que funcionava melhor. Todas as faixas são o resultado de jogar no computador com os sons até que algo bom saísse(...) ...também ouço música electrónica e música de dança desde novo, embora esta segunda mais em tempos do que agora. Mas, como disse, a minha intenção não é exactamente pôr as pessoas a dançar, foco-me noutras propriedades da música de dança, nos aspectos mais rituais, na repetição, nas interrupções. Estou interessado em complementar e aproximar ambos os mundos, aparentemente distantes, da música clássica e electrónica popular e junta-los numa coisa nova. Ouvi outros trabalhos com uma combinação semelhante, mas a maior parte deles não junta realmente as coisas, mantêm-se distantes apesar de estarem na mesma peça e isso é algo que eu não quero." Entrevista completa aqui ! Murcof - "Remembranza" [Leaf] : Eleito um dos melhores álbuns do ano passado neste blog! :P